quinta-feira, 25 de março de 2010

Conturbado Mundo

Devido aos fatos decorrentes desse conturbado mundo, enquanto me deliciava na relaxante e revigorante arte de lavar louça, a refletir sobre algumas coisas...
Interessante o modo como às coisas se interligavam. Perguntava-me até quando as pessoas a minha volta seriam confiáveis, em que ponto chegaria a sua amizade e que sacrifícios estariam dispostos a fazer pela mesma.

Tentando entender o quanto vale a amizade de uma pessoa, percebi que em alguns casos, infelizmente não é o quanto vale e sim quando vale. Sim quando essa amizade vale? Na maioria dos casos quando algum interesse está em jogo, é triste pensar dessa forma, mas nos dias de hoje, até o ser humano se tornou descartável, as pessoas não se aproximam mais pensando em como a pessoa em questão é, mas sim no que ela tem a oferecer e no que se pode tirar proveito. Quando essa perde o propósito é facilmente descartável e logo dispensável. Pode ser até um ponto de vista extremo, mas o que esperar das pessoas criadas nesse pano de fundo?

Lendo um livro que estimo e considero no mínimo essencial, encontrei alguns trechos que, por mais antigos e direcionados a outra vertente, servem de bom grado:

“Os homens têm menos escrúpulos em ofender quem se faz amar do que quem se faz temer, pois o amor é mantido por vínculos de gratidão que se rompem quando deixam de ser necessários, já que os homens são egoístas...” 
O Príncipe, Nicolau Maquiavel.

·         Agora sim afinal o que é egoísmo?
Egoísmo: Amor próprio excessivo, que leva o indivíduo a olhar unicamente para os seus interesses em detrimento dos alheios;
Conjunto de propensões ou instintos que levam à conservação do indivíduo.

Nosso orgulho nos faz permanecer ao lado de quem o faça inflar, enchendo-nos das coisas que nos massageiam o ego, sejam elogios, status ou meios para se chegar a ele. Estamos constantemente procurando maneiras de nutri-lo e nessa obsessão perdemos a limite e partimos rumo ao desespero, aí então percebemos onde tudo isso termina:
A cada dia que se passa a vida humana vale menos, ainda é chocante ver como alguns jovens se matam por coisas tão supérfluas, como um tênis ou um celular, por exemplo.
Até que ponto a "indústria do bem estar" nos levou? Essa insaciável busca pelo aprazimento causado pelo orgulho nos fez corromper o limite da moral e do bom senso, deturpando todo que pudesse deter tal busca, tendo como conseqüência, e aproveitando pra citar aqui outro trecho ligado a esse assunto, a seguinte inferência:

“Os homens são tão poucos argutos, e se inclinam de tal modo às necessidades imediatas, que quem quiser enganá-los encontrará sempre quem se deixa enganar.” 
O Príncipe, Nicolau Maquiavel.

Esse desespero leva á alguns indivíduos a contentar-se com as imposições que lhe são feitas, aceitando a tudo de bom grado, sem questionar-se da veracidade ou certeza dos fatos, talvez por medo de perder "conforto" e os privilégios que se pode conquistar negando-se a ver ou duvidar de algo que não lhe seja correto. Carece de pessoas que questionem e duvidem do que lhes parece incorreto, que não se deixam levar pelo conformismo e a banalização da vida, que de fato procurem encontrar na reflexão a razão de sua existência, como disse o grande Descarte: Se duvido, penso; Se penso, logo, existo.

Pensemos mais, questionemos mais, conheçamos mais!

Como diz um amigo meu (Tiago Bruno):
- Conheça-se e mais e assim se superará muito mais a vc mesmo e aos outro.

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