terça-feira, 20 de abril de 2010

ACREDITAR !




Em um dia, quando o mundo não tinha capacidade de ser tão mundo como costuma ser, as crenças eram mais fantasiosas e cada vez mais possíveis. O limite se perdia entre as fantasias. O sonho não tinha hora para acabar. A vida que podia até ser cor-de-rosa, mas tal qual o arco-íris, era permitido fazer dela a cor que quisesse. Com o espírito, a alma, o coração. O fora, e o dentro...

O mundo levou as crianças aquele diálogo entre mãe e filha:
     - Mamãe, se eu fizer um buraco na TV, eu entro no desenho?
A mãe pergunta.
     - O que Você acha?
A filha responde.
     - Ah, deve ser legal, né?
A mãe responde.
     - Deve sim, filha.
A filha conclui.
       - E se eu mudar de canal, posso me divertir em um monte de lugares diferentes!

  Essa linda inocência, e a permissão, a cumplicidade fantasiosa dos pais. Um dia foi possível acreditar em perfeição. Fora permitido acreditar em amizades sem fim. Coelhinho da páscoa. Que nuvens eram feitas de algodão, e que tocá-las era apenas a simples questão de andar de avião e abrir a janela. Era escrever o meu nome e o dele dentro de um coração, e o amor crescia felizmente. Era aceitável, até, o conto de "viveram felizes para sempre", e só era possível amor, se fosse um para a vida inteira.
  O mundo ataca novamente, porque na verdade... Nada é tão perfeito assim. E digo mais; A perfeição está muito além, talvez pousada no paraíso que já não existe. As amizades seguem a mesma história do poeta, que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinita enquanto dure. As nuvens continuam sendo feitas de algodão, porém com formas, mas existem tempestades e tempos nublados que demoram a passar. O amor está presente a toda hora. Felicidade não dura para todo o sempre. Ela vai, e assim como vai, ela vem. Bastar dar um empurrãozinho. Um amor para a vida inteira é escolha.

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